terça-feira, 26 de abril de 2011

Trecho do livro revela... MOMENTOS DE TENSÃO


A viela estava realmente um breu. Não dava para enxergar um metro adiante. O homem que havia acabado de descer do opala preto estacionado na frente da viela deslocava-se lentamente tomando todo cuidado para não escorregar e cair no meio da lama. De arma na mão e sempre alerta ele se aproximava cada vez mais do barraco na beira do córrego. Agora já dava para ver. Uma única luz iluminava o interior do barraco onde estava o grupo de assaltantes. A porta estava aberta e a silhueta de uma pessoa parecia bloquear a passagem. Ele aproximou-se ainda mais e percebeu que havia mais gente no interior do recinto. Ergueu a arma e tentou aproximar-se um pouco mais. Porém o barulho causado pela suas passadas na lama despertou a atenção de Cobra que disse:
— Parece que tem alguém aí fora mano.
Waguinho estava de costas e virou-se rapidamente, na mesma velocidade em que sacava sua arma. Os demais ocupantes do barraco também já estavam de arma em punho e prontos para revidar qualquer ataque. Vanessa pressionou o interruptor e apagou a luz na tentativa de evitar que quem estivesse do lado de fora conseguisse ver o interior do barraco. Waguinho afastou-se da porta assim que a luz foi apagada. Um grande silêncio se fez até que uma voz de alguém que aproximou-se da porta disse:

— Para aí neguinho! Eu já to vendo ele.
— Onde que ele ta caralho?
— Ta ali.
— Ali onde caramba?
— Embaixo do barraco.
— Já to vendo. Eu vô dar a volta e pegar ele por traz.
— Certo! Vai! Vai!
As vozes estavam bem próximo agora. Era possível perceber até a movimentação de alguns vultos na escuridão. Mas, não dava pra fazer nada a não ser esperar e se proteger do ataque que parecia inevitável a qualquer momento. O facho de luz que saia pela porta do barraco iluminava uma parte da viela, mas não era o suficiente para identificar ou ver alguém nitidamente. Isso só fazia aumentar ainda mais a tenção.
Derrepente as vozes se fizeram ouvir em alto e bom som.
— Parado aí! Não corre se não eu atiro.
— Ai caramba fudeu! Pá! Pá!
— Eu falei pra não correr caralho. Pá! Pá! Pá!
— Acertou ele?
— Acertei, mas ele correu praí.
— Peguei! Peguei! Pá! Pá!



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